Sua barra é a do
amargoso, o principal dos braços do Rio Piranhas ou Assu; pode ser demandado
por embarcações que não tenham grande calado, sendo que de Macau até oficinas,
que serve de porto à Cidade do Assu, só podem subir embarcações muito pequenas,
Sobre este porto escreveu o dr. MANUEL CARNEIRO DE SOUZA BADENIRA, que,
comissionado pelo Governo Federal, o visitou em 1918:
“O Porto de Macau fica na bocca do Rio
Assi... O rio Assú lança-se no Oceano por três boccas: o Assu proprieamente
dicto ou Amargoso, em cuja margem direita está à cidade de Macau, o Rio dos
Carvalhos e o Rio das Conchas.
Estes dois últimos são ligados POR CAMBOAS. Em frente da cidade fica a Ilha
de Sant’Ana, entre o Amargoso e o Rio dos Cavalos, quase toda ocupada por
salainas. O canal aproveitado é o Amargoso, que é navegavel ate officinas, na
extensão de 45 km. Este último é o porto que serve à cidade do Assu. O rio
melhorado poderia dar acesso a esta última cidade. O fundo do Rio Assu (Amargoso),
é bem como as suas margens, de tabatinga, de maneira que o canal dragado se
conserverá perfeitamente. As margens são revestidas de mangue, o que facilita também sua conservação.
Antigamente, navios de 4 m. de calado entravam no canal e ficavam sempre
fluctuando; hoje, porém, se formou alli um banco de vasa, cula profundidade em
baixa mar de syzygia é de cerca de 2m. somente.
O canal segue sempre bordado de mangue até
ao pontal da Barra do Sul, o qual é formadp por dunas que vêm daquella direcção.
Entre o Pontal e a Corôa do Meio, passa o canal Sul, que nas baixas marés de
syzygia tem até 0,8m. de profundidade. O canal do Norte, prolongamento do canal
do Assu, é o mais praticado tem, em maré baixa, 1 m. de profundidade.
Os navis que carregam sal têm de 4 a 5 m.
de calado e não podem entrar: ficam por fora da arrentação formada sobre um
extenso banco fôra da barra.
Nessas condições, elles, a cerca de 4
milha, funddeiam fôra do ancoradoiero interno. Os navios de maior porte
fundeiam mais longe de terra. O sal, principal genero de exportação, é
conduzido para os navios em barcos.
Esse transporte s[o póde ser feito até o
meio-dia ou 1 hora da tarde; deppois
cahe o vento Nordeste e elles não podem mais encostar no navio. Mesmo de
manhan, é difficil fazer o carregamento sem prejuizo do sal que cahe dos
baldes.
Além disso, há muita perda de tempo com as
viagens dos barços para fora da barra e dependentes de vento. Seria preciso que
os vapores podessem entrar para carregar.
A renda percebida sobre o sal é bastante
importante para permitir ao gpverno pagar as obras necessarias... Parece iniquo
que, com forte somma de direitos pagos, as condições de carregamento do sal
sejam tão precarias
FONTE LIVRO
MEMORIAL DE MACAU, DE HÉLIO DANTAS, natural de Natal-RN, filho do
desembargador Fábio Dantas